O filme parte das transformações comportamentais que afligiram a década de 80 no Brasil e no mundo após o início da proliferação do vírus do HIV. A história urbana e trágica apresenta a personagem principal LEKA mergulhada em deja-vús sintomáticos da doença, ficando refém dos seus fantasmas internos, de culpas, por ser transformista e artista de boates e inferninhos em noitadas. A tragédia urbana reflete o caos de uma década que ao deparar-se com os sintomas perversos da doença, julgaram os homossexuais causadores da epidemia, colocando assim, a personagem refém de si própria em um quarto escuro assombrado, delirante e decadente, expondo as fragilidades de uma geração que viveu o caos da chegada da aids. O filme tem linguagem visual, amparado exclusivamente na imagem e nos signos, criados por médicos despreparados para enfrentar a epidemia. Um recorte de décadas de medo, onde o terror é transmitido pelo prazer.